segunda-feira, 26 de agosto de 2013

São-paulino, neto de Gylmar foge do gol e vai fazer teste como volante


Pedro e Marcelo, netos de Gylmar dos Santos Neves (Foto: David Abramvezt)
Marcelo, de 17 anos, tenta seguir carreira do avô, que morreu no domingo, mas em outra posição. Irmão mais novo apenas brinca de goleiro.
O momento agora é um misto de tristeza e alívio para a família Neves. O clã está velando, nesta segunda-feira, no Cemitério do MorumbI, em São Paulo, o seu patriarca, Gylmar dos Santos Neves, goleiro da Seleção na conquista do bicampeonato mundial, em 1958 e 1962. O momento é de olhar para o passado, mas também para planejar o futuro. Pensando assim, um dos quatro netos de Gylmar, Marcelo, de 17 anos, alimenta o sonho de seguir os passos do avô famoso e virar jogador profissional.
O jovem, inclusive, já está agendando um teste no São Paulo. Apesar de Gylmar ter brilhado com as camisas de Corinthians e Santos, Marcelo é são-paulino. E, por isso, quer iniciar a sua trajetória no clube do Morumbi. E nada de ser arqueiro, como o seu inesquecível avô. Ele quer jogar no meio-campo.
- Eu admiro muito a história do meu avô como goleiro. Mas o meu negócio não é o gol. Eu vou fazer o teste como segundo volante. O meu pai (Marcelo) tem contatos bons na diretoria do São Paulo e vai marcar um teste para mim. Espero que dê certo e eu possa seguir a carreira do meu avô – comentou Marcelo, um dos poucos jovens presentes ao velório.
Outro garoto no local é justamente Pedro, de 15 anos, também neto do ex-goleiro. Ele até tentou seguir os passos do avô no futebol. Porém, agarrar no gol vai ter de ser apenas um hobby para o menino.
- Eu apenas brinco como goleiro, no meu clube (Pinheiros, na Zona Oeste, de São Paulo).  Não vou ser jogador de futebol. Eu pretendo ser engenheiro – disse Pedro.
Como Gylmar dos Santos Neves sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), em 2000, e desde então, apesar de lúcido, não andava e se comunicava com dificuldade, os meninos não tiveram muitos anos de convívio com o avô livre da doença. Mesmo assim, ambos carregam na memória excelentes momentos com o ídolo brasileiro.
- Eu lembro de várias histórias contadas pelo meu avô. E lembro que sempre, quando a gente ia em algum restaurante ou lugar público, todos tratavam ele como muito carinho e pediam autógrafos - falou Marcelo, que vislumbra o futebol como profissão, mas já pensa em ser economista caso não obtenha sucesso.
Marcelo Neves, pai de Marcelo e Pedro, chegou a tentar a carreira de goleiro. Ele chegou a jogar nas categorias de base de Corinthians e São Paulo. Porém, largou o esporte e virou empresário.
- Imagina a cobrança que é para um goleiro ser filho ou neto do meu avô. É melhor eu tentar a sorte como volante mesmo. Seria impossível jogar tão bem como o meu avô, que foi um dos melhores goleiros do mundo – finalizou Marcelo.

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