Treinador não encontra respostas para queda de produção do meia, cobra mais competição dele e indica ser favorável a um trabalho psicológico.
Não tente encontrar respostas no São Paulo sobre Paulo Henrique Ganso. Diretoria, aliados e comissão técnica não conseguem compreender como o reforço de R$ 23,9 milhões, o parceiro de Neymar, o craque que encantou no Santos, virou um jogador comum no Morumbi. Depois da derrota por 1 a 0 para o Milan e de mais uma atuação discreta do camisa 8, nesta quinta, durante o Torneio de Munique, na Alemanha, Paulo Autuori revelou que vem forçando a cabeça de Ganso a entrar em ação.
Mais do que tirar o time da crise, o treinador chegou ao Tricolor com a missão de recuperar jogadores importantes. A expectativa gerada desde a chegada do ex-santista afunda a cada partida apagada que ele faz. Para o comandante, só o atleta tem a chave do problema.
– Seria presunção de minha parte fazer um prognóstico. Todos que analisam o futebol e o seguem também não entendem. Acho que o grande lance é o próprio Ganso ter essa resposta. Minha primeira conversa com ele foi exatamente essa, de ele fazer essa pergunta a ele mesmo. Se foi por lesão, por isso ou aquilo. Acredito que isso (lesão) já passou. Ele deveria estar mais confiante – afirmou.
O período longe da torcida e de toda a cobrança pela pior série de resultados da história (14 jogos sem vencer) permitiu que Autuori tentasse invadir a cabeça de Ganso. O treinador vem usando os dias na Europa para colocar alguns adversários como exemplos de bom futebol, o mesmo que ele tinha quando chegou à seleção brasileira com a camisa do Santos.
– Falei muito com ele aqui (Alemanha) para dar uma olhada (nos outros times), porque os meias precisam pisar na área, é ali que as coisas acontecem. Não é atrás. Isso não é só para ele. É para todos – disse.
Ganso é visto por dirigentes e alguns membros da comissão como um jogador acomodado, de pouca luta em campo, perfil que não agrada na atual fase. Vendê-lo passou a ser até uma alternativa cogitada pelos aliados de Juvenal Juvêncio para tentar recuperar o investimento feito no ano passado e evitar que o acerto se transforme em um “mico”.
– Tenho falado para o grupo que o cara que quer vencer no futebol precisa competir, principalmente quando defendeu um clube como o São Paulo. Um competidor, além da parte física, técnica e tática, precisa estar bem mentalmente. Nós vemos alguns jogadores que não possuem tanta qualidade técnica vencer porque são competitivos – ressaltou o treinador.
Autuori, aliás, se mostra favorável à realização de um trabalho psicológico para tentar fazer o jogador render como antes. Entretanto, deixa a decisão nas mãos do camisa 8.
– Acho que tem profissionais envolvidos nisso, além do próprio Ganso. Depende da pessoa. Espero que ele possa retomar e corresponder a expectativa de tantas pessoas. São muitas.
Nesta sexta-feira, a delegação do São Paulo chega às 14h (de Brasília) em Lisboa, após derrotas para Bayern e Milan na Alemanha. No sábado, o Tricolor joga contra o Benfica pela Copa Eusébio.
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