Jogador é o 16º reforço do São Paulo vindo do Rio de Janeiro desde 2006 e tenta quebrar escrita de fracassos em meio à crise do Tricolor.
Ajudar o São Paulo a sair da zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro será apenas um dos desafios de Antônio Carlos. Contratado do Botafogo na semana passada, o zagueiro de 30 anos vai precisar acabar uma maldição que mais de uma dezena de jogadores não conseguiu nos últimos anos. Praticamente todos os reforços oriundos de clubes do Rio de Janeiro não deram certo no Tricolor.
A tentativa de encontrar boas opções na Cidade Maravilhosa ganhou intensidade em 2006, ano em que o São Paulo abriu a série de três títulos consecutivos do Brasileirão. Desde então, já contabilizando Antônio Carlos, são nada menos que 16 contratações de clubes do outro lado da ponte aérea. Destes, apenas o atacante Leandro, vindo do Fluminense, fez sucesso ao conquistar duas edições do torneio nacional.
Ainda em 2006 e além de Leandro, o Tricolor apostou em Alex Dias, ídolo no Vasco, mas que não repetiu o sucesso. Em 2008, o número de “cariocas” no elenco aumentou. Chegaram do Botafogo o zagueiro Juninho, o lateral-direito/volante Joilson e o centroavante André Lima. Do Flamengo, o clube contratou pela segunda vez o também zagueiro Rodrigo.
O recorde de apostas aconteceu em 2009. Os são-paulinos foram buscar cinco jogadores no Rio. O lateral-esquerdo Junior Cesar, o volante Arouca e o atacante Washington vieram do Fluminense, além do lateral-direito Wagner Diniz, do Vasco, e o zagueiro Renato Silva, do Botafogo. Apenas o “Coração Valente” conseguiu jogar com frequência, mas permaneceu apenas um ano.
Os fracassos cansaram o presidente Juvenal Juvêncio, principalmente pela falta de títulos neste período. O dirigente disse que não contrataria mais jogadores vindos do Rio de Janeiro. Chegou a falar que eles possuíam um perfil diferente daquele encontrado em território paulista.
O discurso não durou muito. Precisando urgentemente de um zagueiro, Juvenal apostou em 2011 em João Filipe, do Botafogo, e também não teve resposta positiva – o jogador foi dispensado após a eliminação na Libertadores deste ano e acertou com o Náutico, atual lanterna. No mesmo ano, o lateral-esquerdo Juan chegou do Flamengo e não vingou. Hoje, depois de seis meses afastado, é a última opção do grupo para a posição.
Quem mais se aproximou de vingar recentemente no São Paulo foi Cortez. Em alta no Botafogo, o lateral-esquerdo custou R$ 8 milhões ao clube em 2012 e atuou 74 vezes na temporada, recorde no elenco. A queda, porém, aconteceu rapidamente. O jogador teve más atuações no primeiro semestre, acabou afastado por Ney Franco e agora tenta se reerguer no Benfica.
Já em 2013, Negueba, vindo do Flamengo no início do ano, sequer jogou. O atacante lesionou o joelho direito no segundo treino da pré-temporada, passou por uma cirurgia e agora aguarda uma chance com Autuori.
Ao contrário de muitos desses, Antônio Carlos não chega ao São Paulo depois de viver um bom momento no Rio. O zagueiro estava na reserva da dupla Bolívar e Dória no Botafogo, mas desembarca na capital paulista com crédito pelas boas temporadas que fez no Glorioso.
– Nem pensei nisso (maldição). Já joguei em vários estados e consegui me adaptar bem. Fui muito bem recebido, desde o pessoal que abre o portão até o Rogério Ceni. Estou muito feliz e me sentindo em casa. Espero que possa ser assim por muito tempo – afirmou o defensor, que deve estrear domingo, contra o Fluminense, no Morumbi.