No embate desta quarta-feira entre Corinthians e São Paulo pela decisão da Recopa, no Pacaembu. Os dois treinadores que estarão no banco têm mais em comum do que um Mundial de Clubes no currículo. A missão que o comandante tricolor assumiu agora já foi encarada por Tite: de levantar uma equipe questionada e em crise.
Curiosamente, Paulo Autuori assume o São Paulo em um momento muito semelhante ao que passava o Corinthians quando Tite Chegou. A equipe alvinegra vinha de uma reta final ruim de Campeonato Brasileiro e conseguiu uma classificação apenas para a pré-Libertadores.
Foi justamente aí que Tite enfrentou seu maior problema, após a eliminação para o Tolima, considerada um vexame histórico, mesmo com estrelas como Ronaldo e Roberto Carlos no elenco. A diretoria o manteve e ele conseguiu reerguer o time e conquistar o Brasileirão de 2011. Depois, manteve a base que viria a ser campeã da Libertadores e do Mundo em 2012.
Agora, Autuori pega um São Paulo inseguro e sem confiança, como seus próprios jogadores já atestaram. A troca constante de técnicos e a falta de títulos expressivos nos últimos anos mostram o momento delicado do time. Desde 2009, quando Muricy Ramalho saiu do clube, o São Paulo teve seis técnicos: Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Carpegiani, Adilson, Leão e Ney Franco.
Sua missão agora é conseguir dar a volta por cima da mesma maneira que seu rival desta quarta-feira. Para isso, conta com o respaldo da cúpula tricolor e com sua própria história no clube em que foi vencedor de uma Libertadores e um Mundial de Clubes, ambos em 2005.
Ambos os treinadores não escondem a admiração mútua que sentem. São treinadores que defendem padrão tático muito bem definido e tempo no cargo para que as equipes possam ser moldadas de acordo com seus princípios táticos.
“No Brasil, o Corinthians é o time que tem conceitos táticos mais bem firmados do que tenho visto nos últimos anos, claramente. O trabalho do Tite é excelente, por isso tem conseguido isso. É um time que entra em campo sabendo o que tem que fazer. Isso é claro, não dá para esconder”, declarou Autuori.
Pelo lado do Corinthians, Tite também não esconde o respeito. “É difícil falar de um técnico sabendo que outro grande está saindo, caso do Ney e da vinda do Paulo. Podia sintetizar que os trabalhos dos dois fazem respeitar, tanto da grande equipe que estão dirigindo como deles mesmos”, comentou Tite.
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