domingo, 18 de dezembro de 2011

Bode Augusto



Imagem da Revista São Paulo Notícias, nº86 (1997), pg 50.

Tira o Bode ou Fica o Bode?

Texto de Agnelo di Lorenzo, saudoso historiador do clube.

Paralelamente ao universo futebolístico, razão principal das existência do Clube, muitos outros fatos, por estarem estreitamente ligados à sua existência, assumem alta significação sentimental e, por isso, acabam constituindo-se em acontecimentos dignos de nota. Um bode foi o causador e protagonista de um desses fatos. Ele se chamava Augusto, viveu no Canindé e foi considerado mascote do SPFC, prática comum naquela época.

Augusto chegou ao Canindé por volta de 1948. Mais ou menos um ano depois, o clube estava tendo parte de sua área reformada, com a plantação de diversos pés de eucalipto. Esqueceram-se, entretanto, de se entender com Augusto. Resultado: Ele era vidrado em mudas de eucalipto e devorou todas.

O fato provocou uma grande confusão, principalmente entre os sócios do clube. Uns achavam que o bode tinha que sair de lá para prosseguir o ajardinamento; outros achavam que ele poderia ficar. A polêmica chegou a tal poto que gerou duas alas políticas no quadro associativo - uma adepta do "Tira o Bode" e a outra, do "Fica o Bode".

Após exaustivos debates, chegou-se à conclusão de que o problema só poderia ser resolvido por votação. Na base do você decide, o partido "Fica o Bode" ganhou estourado.

O prestígio do Augusto, claro, aumentou consideravelmente, para o desespero dos jardineiros. E se bode comum já não é de respeitar muito decisões de outros animais, imaginem bode mimado... Pois assim Augusto foi adquirindo outros hábitos extravagantes, entre eles o de gostar de cigarros. Não para fumá-los, mas para comê-los...

Os que frequentavam o Canindé naquela época lembram: ninguém passava por perto do bode com cigarros no bolso sem tomar um "bote". Ao sentir o cheiro, Augusto simplesmente enfiava o focinho no bolso dos distraídos arrebatando tudo o que encontrava. Foi o precursor dos trombadinhas de hoje. Nos treinos que de vez em quando assistia, então, quando dava o "bote" abria-se uma clareira nas arquibancadas (cinco ou seis degraus de concreto) idêntica à dos dias de jogos quando estoura uma briga e a polícia cai de cacetete.

Por causa da grande "liberdade" que havia conquistado no Canindé, vez por outra Augusto dava uma escapadela pelas ruas. Quando não voltava na "hora combinada", um time de funcionários ia buscá-lo. Era o "time da perua", constituído, entre outros, pelo motorista Ambrósio e pelo "xará" Augusto, outras figuras folclóricas e queridas do Canindé.

Mas um dia a escapadela foi fatal para Augusto, estraçalhado por cachorros. É bom que se esclareça que nessa época o Canindé já era da Portuguesa - e que o São Paulo ainda estudava como acomodar todas as suas coisas, entre elas o bode Augusto.
 
 

Tricor, antigo mascote


Este é o Tricor, mascote do São Paulo, ou melhor, da Revista Tricolor (que dera origem a Revista São Paulo Notícias e a atual Revista do São Paulo) no final dos anos 40.

O peculiar desenho é criação do cartunista Manduca, publicado originalmente na edição 1 da revista, em 1949. Ele protagonizava uma espécie de história em quadrinhos que vinha à tona em cada número do periódico, chamada "Saga São-paulina", onde Tricor se mostrava o garoto mais fanático e tricolor da face da terra, sabendo de tudo, nos mínimos detalhes, da história do São Paulo. 











Agradecimentos pelo scan 
da revista ao Ralph do Paixão Tricolor
 

Mascote de 1946

Imagem do acervo pessoal de Edison Junior (obrigado!)

Duas notas sobre essa imagem raríssima retirada de um jornal de A Gazeta Esportiva, de 1946, que homenageava nosso primeiro bicampeonato.

Primeiro: Muito provavelmente esse desenho de mascote seja a figura mais próxima da original lançada pela mesma publicação nos anos 30, na concepção de Thomaz Mazzoni - criador de nosso mascote. (Note a coroa de louros e a túnica ao estilo romano...)

Segundo: A Taça "Gazeta Esportiva" era o nome da taça oferecida por este jornal aos clubes que se mantivessem invictos por determinado número de jogos. É a famosa "Taça dos Invictos".
 
 

Mascote de Placar

Em 1995 a Revista Placar resolveu tirar onda e atualizar os modelos de mascotes dos clubes em versão "comics". Surgiram assim algo próximo a super-heróis, com direito até a história em quadrinhos (que futuramente escanearei).

Este era o do SPFC, o Thunder Tricolor. Pinta de galã e tal, e ao visto o líder da liga lá... enfim.

Essa imagem propriamente dita foi retirada da Revista Placar: 500 Times do Brasil, de 1997.
 

Desenhos de Mascotes


01º Revista do São Paulo FC;
02º Antigo desenho de Mascote.
03º Antigo desenho de Mascote.
04º Revista São Paulo FC Série Grandes Clubes, Lance!. Autor: Gustavo Duarte;
05º Revista São Paulo FC Série Grandes Clubes, Lance!;
06º Revista da Federação Paulista de Futebol;
07º Álbum de Figurinhas do Campeonato Brasileiro da Panini, anos 90;
08º Versão do Boneco Animador de Torcida.
09º SPNet (?).
10º Versão de Edson.
11º Versão da SAO Store, autoria de Baptistão.
12º Versão de Rodrigo Habib.
13º Versão do Batismo Tricolor.
14º Versão de A Gazeta Esportiva.
15º Versão desconhecida.
16º Versão atual do Marketing são-paulino.
 

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